C_mim

Eu sou mim, mim sou eu, um Deus me fez assim e de mim sei eu!!

segunda-feira, julho 30, 2007

good girls go to heaven, bad girls go everywhere...

Nada da minha vida foi dado de bandeja, nem no meio familiar. Para tudo tive de lutar e esmerar-me… E em tempos fiz disso missão de vida; esmerar-me para ter boas notas, bom emprego, ser boa profissional, boa filha, boa rapariga, muito, muito atinadinha… Atinadinha até demais…

Um dia acordei a chorar sem vontade de ir para um trabalho, pago acima da média, mas onde tinha de lidar com estratégias tortas e pessoas ainda mais tortas que preferiam olhar para o seu umbigo antes de olhar para o âmbito da sua actividade pessoal. Nada daquilo para qual tinha lutado fazia mais sentido… Nem no trabalho, nem em casa… A partir desse dia encetei outro tipo de viagem. Deixei de ser uma menina atinadinha… Preparei a minha saída, negociei a minha rescisão de contrato efectivo, trouxe a minha indemnização e pouco tempo depois estava de viagem de férias para a Holanda…

Esse foi o primeiro passo. Depois quando voltei envolvi-me em tudo o que era projecto profissional doido mas que me dava gozo. Trabalhei nos últimos 4 anos por gozo, mal paga mas retirando do que fazia o máximo gozo e experiência possível. Pelo meio parei 5 meses para olhar para dentro e traçar o meu perfil, cortei vários cordões umbilicais nessa altura. E criei o C_mim onde traduzir uma parte na outra pode ser, ou não, uma questão de arte.

Quem me vê de fora deve achar que eu não bato bem da bola, que sou estranha e sem rumo… quando digo que estão enganados antes pelo contrário, não creio que acreditem… Acho que genéricamente é convencionado seguir um certo rumo socialmente correcto: trabalho - compra de casa / carro - familia e a vida a escorrer como areia...

Enfim, comigo tudo corria mais ou menos bem até ao final do ano passado em que ultrapassei os famigerados 10.000€ anuais a recibos verdes e deixei de estar isenta de IVA e retenção na fonte. Depois de avaliar a situação compreendi que não valia mais trabalhar por minha conta. E comecei a procurar emprego…

Das entrevistas a que já fui, já vi uma amostra do país real. Já preenchi formulários onde perguntavam com que animal me identificava... Já tive recrutadores a perguntarem para falar um bocadinho sobre mim…. Para eu identificar 3 características positivas e 3 negativas ou melhor estilo narcisico… Já fui para aí a 15ª entrevista do dia e tive a sensação que estava a ser atendida numa qualquer repartição pública… Já me perguntaram se queria mesmo ser comercial bate porta quando antes me tinham dito que eu tinha perfil para marketing – sou licenciada em marketing – e aquela que dói mais ouvir: “Tem de ter uma actividade onde possa fazer várias coisas, não pode fazer sempre o mesmo… E tem mesmo perfil para gestão de marketing.”

Porreiro, ainda bem que tenho perfil para fazer coisas diferentes ao mesmo tempo e que tenho perfil de marketeer… Por mim, contento-me em ter perfil para fazer alguma coisa de jeito e com sentido. Trabalho há 14 anos, fui trabalhadora estudante, a minha tese de bacharelato valeu 19 valores e a de licenciatura 17, entre os dois executei o projecto do bacharelato… Já trabalhei no grupo SONAE e com ministérios… Já fiz projectos de informática, formação, desenhei produtos, serviços, também já atendi telefones, fiz atendimento ao público e brinquei no chão com crianças…

Por vezes parece que Portugal não precisa de portugueses, infelizmente são ainda bastantes os portugueses que precisam de Portugal. Neste país burocraticamente barroco, profissionalmente balofo ter um bom QI – Quem Indica – parece ser fundamental. Por vezes observo 10 pessoas a trabalhar com honestidade e dedicação para logo haver, no mesmo espaço, outras 20 a tramar quem trabalha. Estranha sociedade ocidental a nossa… Ser social não é sinónimo de ser solidário. Ser cidadão não é sinónimo de direitos e deveres iguais. Ser indivíduo é sinónimo de ser individual.

E pronto... Hoje foi um desabafo.

sexta-feira, julho 27, 2007

palavras que me fazem pensar e analisar...

A experiência do amor verdadeiro também tem a ver com as fronteiras do ego, já que envolve a expansão dos nossos limites. Os nossos limites são as nossas fronteiras do ego.
Quando expandimos os nossos limites através do amor, fazemo-lo estendendo os braços, por assim dizer, para o ser amado, cujo o desenvolvimento queremos alimentar. Para sermos capazes de o fazer, o objecto do nosso amor tem primeiro de se tornar amado por nós; por outras palavras, temos de ser atraídos por, investir em e comprometermo-nos com um objecto exterior a nós, para além das fronteiras do eu… A este processo de atracção, investimento e compromisso chamamos “catexia”… Quando catectamos um objecto / pessoa exterior a nós, também incorporamos psicologicamente uma representação dessa pessoa em nós…. O amor verdadeiro é uma experiência permanentemente engrandecedora. Apaixonar-se não o é. … De todos os falsos juízos sobre o amor, o mais poderoso e infiltrado é a crença de que “apaixonar-se” é amor ou, pelo menos, uma das manifestações de amor…. A experiência da paixão é invariavelmente temporária… O sentimento de amor extático que caracteriza a experiência da paixão passa sempre… Para compreender a natureza do fenómeno da paixão é necessário examinar as fronteiras dos limites do nosso ego. A expansão dos nossos limites requer esforço: apaixonar-se não.


partes extraídas do livro "O caminho menos percorrido" de M. Scott Peck

quarta-feira, julho 25, 2007

acreditar...

Tenho duas primas gémeas de 3 anos e alguns meses…

L tem passado o último mês em casa, ora com o pai, ora com a mãe…
S tem passado o último mês no IPO, ora com o pai, ora com a mãe…
Há 1 mês foi-lhe diagnosticado leucemia e esteve em tratamento.
Esteve e estará em tratamento durante 2 anos…
A boa notícia é que hoje S volta para casa
para perto da irmã... E do pai... E da mãe...

Nós acreditamos!

terça-feira, julho 24, 2007

barulhinho bom...

Este fim de semana tive o meu primeiro contacto com duas ondas sonoras...

Sexta à noite fiquei a conhecer os Mutantes, sem Rita Lee mas com Zélia Duncan e com uma percussionista que toca de uma forma extasiante, chamada Simone Soul... Do melhor...

E domingo, ao final da tarde, circulando pela marginal, conheci Vanessa de Mata.

Todos geniais no seu estilo!!!!

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do Sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim ser
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir, não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

quarta-feira, julho 18, 2007

Tenho andado dis...traído(a) Impaciente e inde...ciso(a) E ainda estou confuso(a) Só que agora é diferente Estou tão tranquilo(a) E tão contente Quantas chances Desper...di...cei Quando o que eu mais queria Era provar pra todo o mundo Que eu não precisava Provar nada p'ra ninguém Me fiz em mil pedaços P'ra você juntar E queria sempre achar Explicação p'ro que eu sentia Como um anjo caído Fiz questão de esquecer Que mentir p'ra si mesmo É sempre a pior mentira Mas não sou mais Tão crian...ça a ponto de saber tudo Já não me preocupo Se eu não sei porquê Às vezes o que eu vejo Quase ninguém vê E eu sei que você sabe Quase sem querer Que eu vejo o mesmo que você Tão correcto e tão bonito O infinito é realmente Um dos deuses mais lindos Sei que às vezes uso Palavras repetidas Mas quais são as palavras Que nunca são ditas? Me disseram que vo...cê Estava chorando E foi então que percebi Como lhe quero tanto Já não me preocupo Se eu não sei porquê Às vezes o que eu vejo Quase ninguém vê E eu sei que você sabe Quase sem querer Que eu quero o mesmo que você.

"quase sem querer" - Negrete - Dado Villa Lobos- Renato Russo - música de Zélia Duncam
Imagem cedida por
http://beijos-de-algodao.blogspot.com/

segunda-feira, julho 16, 2007

olhó livrinho...

Tem uma gatinha apelando para que o meu grande neurónio bibliotecário recorde o local onde estão guardados os 5 livros da minha vida… Eu preferi recordar quase 55… eh… eh… eh… iap, sou muito ecléctica…

CATEGORIAS

Quando eu era pequenina, bem mais pequenina do que sou hoje…
(Foi assim que aprendi a ler...) Pato donald, Mickey, Cebolinha, Mónica, Tarzan, luluzinha, Astérix, Fantasma, Marsupilami, TimTtim, Spirou, Tex Tone, Príncipe Valente, Escorpião… (Mas que a que me marcou mesmo e me politizou para o resto da vida foi a “Mafaldinha”).

Porque raio tinha de ser precoce?!
1º Relatório Hite, os livros de psicologia da Calouste Gulbenkian e livros de história e ciências (É no que dá ter irmãos 10 anos mais velhos e com interesses variados… na tive a culpa…)

Porque eu acho que a vida é mais simples que o óbvio...
Fernão Capelo Gaivota, Principezinho, História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar, Tão longe de sítio nenhum, Meu pé de laranja lima, O caminho menos percorrido, O caminho menos percorrido e mais além, Desiderata…

Porque sou a modos que uma piegas...
Os capitães da areia, Esteiros, O Velho que lia romances de amor, Cisnes selvagens, O último cabalista de Lisboa, Jules e Jim, Orlando, Sangue dos outros, vários da Anaïs Nin, Falsas aparências, Duas iguais, América...

Qué?!
Para acabar de vez com a cultura, Balbúrdia na cidade, Gaston Lagaffe...

Sinapses emocionais...
Tudo o que é poesia em estado puro ou em formato de letra de música

Porque não estudei filosofia, sociologia ou psicologia...
Mercator

Porque não os li na totalidade, ou de todo, mas estão sempre presentes:
Bíblia, constituição da república portuguesa, código civil, código do trabalho, código do arrendamento urbano, dicionário de português, dicionário de verbos portugueses, prontuário ortográfico, dicionários de inglês e francês.

Raios ta parta... Tinha-me de lembrar desta $%&€@ ...
Caderneta de recibos – artigo 115º do código do imposto sobre o rendimento de pessoas singulares

Prontos gatinha… Agora promete que para a próxima na me metes noutra…

sexta-feira, julho 13, 2007

postal de julho da p.

Um pequeno caracol
Pintou a casca
De forma colorida
Para entrar numa grande corrida.

quarta-feira, julho 11, 2007

dias difíceis…

Existem dias que nada nos satisfaz… Quando me sinto assim só me apetece partir… Andar… Andar… Andar… A energia é inesgotável… Hoje foi um desses dias…

Como uma pessoa minha amiga me diz “ser feliz dá trabalho.”

Há outra coisa que ela diz e que me fez lembrar os finais dos livros do Lucky Luke:

“I’m a poor lonesome cowboy and along way from home…”

foto de alba luna

terça-feira, julho 10, 2007

andar sem pensar?!...

A 28 de Março de 2006 fiz este post intitulado “andar de mota…”

Mais de um ano passou… E também passou muita coisa na minha vida…
Coisa boa, quase invisível, mas que faz a minha cabeça girar confusa de vontades novas...

De maneira que resolvi dar um passo no meu sonho e comprar a minha primeira mota.
Espero em breve conseguir ter vontade de comprar outra.

Prontes!!! Já sou motard… Vrummmmmmmmmmmmm

segunda-feira, julho 09, 2007

aprender a ser poeta...

Quanto mais conheço a obra mais aprendo a gostar.

E gosto porque é uma escrita simples no ritmo e no tom, que serve para se ler, emocionar e principalmente escutar.

Escreveu para grandes e pequenos, percebendo que toda a criança tem seu grão de poesia.

Vinicius de Moraes deixou de escrever há 27 anos.

Deixou este poema e música feita, era só cantar.


Parece musiquinha feita para bicho-carpinteiro.

Mas Adriana Calcanhotto pegou na letra, no violão, na sua voz, em lápis coloridos e papel e fez um livrinho, muito difícil de encontrar por cá, chamado “O poeta aprendiz”.

sábado, julho 07, 2007

para o nosso peluche

quinta-feira, julho 05, 2007

“Uma secretária é um sítio perigoso para observar o mundo”
John Le Carré - escritor britânico

Esta frase pertence a um escritor que já trabalhou com serviços secretos de informação.

Mas, para mim, o segredo encerrado nessa frase nada tem haver com literatura ou espionagem.

Num dos meus ramos profissionais – marketing - é o “máximo” ter uma secretária pipi, um computador XPTO e o telemóvel da última geração… Supé, mesmo!!

E eu sempre achei interessante o trabalho de secretária enquanto forma de criar estratégias, definir planos e através da comunicação rápida e eficiente gerir ou tomar decisões rapidamente.

Mas em marketing viver atrás da secretária, julgando que daí pode gerir tudo, não só é um erro como uma verdadeira palermice…

Depois de alguns anos de trabalho eu sei que sou uma operacional. Eu gosto de andar no terreno! Nunca percebi como os meus colegas ficavam “excitados” a controlar o negócio pelo e-mail, telefone, com apresentações dinâmicas em powerpoint, tabelas cheias de números ou em reuniões improdutivas mal organizadas e dinamizadas…Eu sei… faz parte da actividade… Mas, para mim, não é o gozo da actividade.

O gozo é pensar no produto , como a "coisinha" deve ser concebida, onde vai ficar para ser vendida, quem são os concorrentes, como trabalham, como interagem com o mercado, como os sistemas de informação têm de dar resposta, como o preço é uma série de variáveis numa só e se a comunicação está mesmo… Mesmo… Perfeita… Ou seja, gosto de andar no terreno a ver, dialogar e encontrar soluções.

Muitas vezes vou passear para um hipermercado ou centro comercial para saber quais as novidades… a todos os níveis do mix de todos os mix que existem… Seja de produto, serviço, distribuição ou comunicação… E aos meus alunos de marketing – quando os tenho - digo sempre que o hipermercado é um excelente sítio para similar tudo aquilo que vem nosso livros… Porque está lá tudo escrito nas prateleiras/lineares.

Da minha experiência já tive a lição que na secretária não resolvo os problemas chave… Já vi uma caixa linda de morrer acabar num canto porque ninguém se lembrou de ir medir a altura entre as prateleiras… De uma campanha ser interrompida porque se estava a corromper a cor da marca… De nada avançar porque alguém continuava sentado na secretária à espera que o problema se resolve-se sozinho pelo computador. E principalmente vi relações entre colegas agudizarem-se porque o diálogo é mau… porque a minha secretária é melhor que a tua… Ou pior… A secretária de vizinha é melhor que a minha…

De facto, e em marketing, uma secretária é um local perigoso para se observar o mundo.

quarta-feira, julho 04, 2007

ligando pessoas...

Recordo-me de ter visto um filme em que um menino apresentava o seguinte raciocínio:

“Cada pessoa pode interagir com mais 8 pessoas e assim sucessivamente. O que significa que se uma ideia forte for passada por uma pessoa a outras 8 e assim sucessivamente, essa ideia ganha expressão e consequentemente força...”

É assim que funciona a blogesfera!!!! Ligando pessoas pelas ideias, sentimentos e gerando uma força que diariamente dá à volta ou mundo... Bem... Mesmo que não dá a volta ao mundo pode dar uma volta na nossa vida!...

Hoje uma muito reticente bloguista faz anos. E simultaneamente o seu blog também faz anos...

A melga meiguinha começou por "jogar conversa fora" aqui no meu blog, que nós utilizávamos como se fosse o MSN... Depois surgiu a ideia de oferecer à melguinha um blog para ela expandir os seus "links" sem depender da presença de somente algumas pessoas e melhor expressar as suas ideias... E assim foi... Agora ela até tem a sua própria rede de bloguistas... Parabéns meiga... Afinal, não era tão difícil assim…

domingo, julho 01, 2007

dia filha e mãe...

...Começou de manhã a tomar o pequeno-almoço na Gulbenkian , depois fomos ver a exposição “50 anos de arte portuguesa”, onde estão expostas obras dos bolseiros de belas-artes da Gulbenkian. Pelo meio visitamos o jardim e eu percebi que aquele jardim está cheio de vida outra vez… Às 11h00 já havia lá muitos adultos, crianças e respectivos pais. É um sítio único e exemplar em conciliar lazer e cultura.