de volta...

O Projecto C está de volta!!...

Quando iniciei este projecto on-line queria fazer uma edição todos os meses. Mas com os afazeres que tenho actualmente essa forma é inviável, por isso e porque gosto muito de fazer o site resolvi continuar mas numa edição trimestral.

Este Projecto C tem coisas novas, mas mantêm os seus objectivos: estar mais próximo de quem me está longe e ser o meu brinquedo lúdico mais sofisticado.
Ainda não está como eu quero… mas já está melhor…

Vão até lá e digam de vossa justiça...

nota: entretanto acrescentei 2 anúncios...

por toda a parte a vida está cheia de heroísmo...

Vivo num local escolhido em 1957 pelo meu pai. É o último andar de um prédio. O meu pai escolheu este apartamento, o mais alto, porque em 1957 conseguia ver os aviões a aterrar no aeroporto de Lisboa e isso o fascinava...

Entretanto a cidade cresceu e eu hoje só consigo ver os prédios em redor... Mas os aviões continuam a passar bem perto com o seu ruído imenso... Quando era miúda entretinha-me a memorizar os símbolos das diversas companhia aéreas que passavam (passam) por aqui... Talvez por isso eu tenho fascínio pela a aviação. Principalmente por aqueles homens e mulheres que foram pioneiros, aqueles que tiveram a coragem de entrar num frágil avião e aventuraram-se a cruzar continentes e oceanos.

Este post vem na sequência do post de hoje da 125_azul que nos dá a conhecer a história de homem que à sua maneira também foi um pioneiro: asas da teimosia.

príncipes e princesas…

...E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho. - Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exactamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! ...

Antoine de Saint Exuperry

Da janela
Vi você indo embora
Naquele
Elefante branco
Ele brilhava
Seu marfim
Enquanto
Te levava
Pra longe de mim
Enquanto minha
Miopia me traia
Não pude saber
Se você
Olhou pra trás
E me pegou
Não escondida
Na enorme

Bandeira estendida
Por meus olhos
Apertados

Só pra te ver
Deslumbrante
Indo embora
Naquele elefante
E sabe
Que até admito
Era tudo tão bonito
Mas tão bonito

letra de Luciana e Zélia Duncan

agradeço deste modo todos aqueles que aceitaram / aceitam o desafio por mim lançado no último sábado.

Os elefantes brancos existem e também são raros. O elefante branco não é mais que um elefante albino cuja a pele é mais rosada e os olhos são verde água. Estes animais são adorados e venerados e fazem parte da história do culto budista.

Para saber mais sobre os elefantes clicar aqui e aqui.

Solidariedade ruiva…

Então é assim… Esta história começa num domingo que fui à praia das avencas e quando cheguei a casa percebi que tinha bolhinhas de água nos ombros… muitas… Apanhei um susto e fui ao meu Centro de Saúde, marquei consulta e fui atendida por uma médica muito simpática… Expliquei o problema, ela observou as bolhinhas e depois sentou-se e conclui-o: “…pois, a menina tem a pele clarinha, muitos sinais e é ligeiramente ruiva…” RUIVA?!?!?!?!?!!? – Pensei eu

Contei essa história à 125_azul e desde então tenho a fama de ser “ligeiramente ruiva”…

Depois, também, com a 125_azul, foi necessário criar um imagem que a representa-se nos blogs e escolhemos a arara azul – espécie em extinção –, há alguns dias baptizamos o Rei da arara de AraraJuba – outra espécie em vias de extinção e que deveria ser apadrinhada pelo SCP.

E destes caminhos cruzados nasce o post de hoje….

Tenho profundo respeito pela natureza e estou certa que a nossa espécie não é a mais perfeita nem a mais sábia. Começo mesmo a acreditar que fomos um erro da engenharia genética das forças que criaram a terra e que muitos chamam de Deus. Quando pegamos numa, flor, folha ou pedra e tentamos ir até ao tipo de átomos que as compõem só podemos reconhecer que existe algo muito maior que nós. Quando estudamos ecossistemas e analisamos os problemas da biodiversidade percebemos que todo o planeta ao longo de milhares de anos foi um projecto harmonioso. E fomos nós, homo sapiens sapiens, que fomos quebrando essa harmonia.

Por isso hoje é a minha vez de apadrinhar uma espécie em extinção e como sou "ligeiramente ruiva" escolhi outro ruivo, o orangotango. Este animal originário da Malásia e Indonésia está ameaçado de extinção por destruição do habitat. Os estudos realizados nos últimos 50 anos apontam que, tal como os humanos, os primatas desenvolvem sociedades, culturas e até ferramentas.

Aproveito também este post para lançar um desafio a todos que aqui passam e possuem blogs: apadrinhem um animal em perigo e dêem-no a conhecer à comunidade. Nos links que se seguem têm acesso a listagens e informação de animais em vias de extinção ou ameaçados: livro vermelho dos animais em perigo aqui, na wikipédia pricurando por "animais ameaçados" aqui e aqui .

Para ser padrinho de um bichinho em vias de extinção basta escolher um animal, sacar uma imagem do mesmo na net e um pouco de informação e fazerem um post sobre esse bichinho com o título "Eu apadrinhei..." e o tema do post é os motivos porque apadrinharam esse bichinho.

Também podem saber mais sobre os orangotangos ou Pongo pygmaeus aqui aqui,aqui.

primeiro dia de aulas...

Ontem à noite foi o meu primeiro dia de aulas nesta temporada lectiva. Espero que o primeiro de muitos porque eu como todos os dias...

A sala de aulas é peculiar, situa-se num estabelecimento prisional da região de Lisboa. E os meus alunos não são os reclusos mas sim aqueles que com eles partilham o cativeiro...

Depois de um mês em que quase todos os dias caia-me um instrumento na cabeça, tendo sido o último um piano de cauda, acho que está na hora de começar a pensar em coisas positivas... E de continuar admirar todos aqueles que com o seu esforço vão contribuindo para o desenvolvimento da sociedade, neste caso das ciências...

A menina angelical da imagem chamou-se Ada Lovelace e ficou na história das ciências da computação por ter sido a primeira programadora, o que não deixa de ser curioso porque a profissão de programador ainda está muito identificada como masculina.

(o programador é o profissional que pensa e desenvolve programas que resultam nas ferramentas de trabalho que hoje utilizamos para trabalhar ou nos divertir - Bill Gates começou por ser programador e desenvolveu a linguagem BASIC)

Esta senhora a ajudou Charles babbage, professor de matemática em Cambridge no início do Séc. XIX, a desenvolver uma máquina onde a forma de contar pudesse ser controlada por cartões perfurados. Durante o período que esteve envolvida com o projecto de Babbage, desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas. O trabalho de ambos estava demasiado avançado para a época e só em 1940 é que os seu conceitos começaram a ser usados.

Ada Lovelace projectou e explicou programas para essa máquina e inventou os conceitos de sub-rotina, loop e salto condicional. Não vou explicar o que isso significa mas fiquem sabendo que sem essa contribuição talvez Bill Gates tivesse tido mais dificuldade em ficar milionário.

Ada Lovelace também ficou conhecida por ter sido a única filha legítima de Lord Byron, escritor e poeta inglês do período romântico, autor do livro D. Juan, e que um dia disse com muita propriedade: "Para todos os ofícios, excepto o de censor, é indispensável uma aprendizagem: os críticos fazem-se antecipadamente."

na pontinha dos pés...

Estranha a nossa cultura social...

Não me vou alongar em pormenores mas ao ler, esta semana, que o protocolo entre um grupo vasto de universidades portuguesas e o MIT esteve em risco porque houve sede de protagonismo já diz muito do que eu acho sobre como a nossa sociedade gasta a energia a incrementar o PIB…

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Graças a Deus, e para o bem da minha sanidade mental, tenho tido a oportunidade que lidar com pessoas que vivem ou viveram noutros países consigo já possuir a capacidade de olhar para tudo isto com uma certa distância, ironia e descrédito…
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Só para terem uma ideia todos os meus amigos (as) brasileiros que são quadros médios ou técnicos vão-me afirmando que no Brasil não existe tanta desorganização e improdutividade… E mesmo ao nível da educação quando comparada, em muitas áreas, é bem melhor…
Eu própria já pude comprovar algumas dessas afirmações… Passei a última semana a fazer um manual de informática sobre a história da computação e internet e 80% da informação relevante que encontrei na net foi produzida no Brasil…
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É caso para dizer: …das… O que é que eu estou a fazer neste país?
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Agradeço a quem fizer comentários que em vez de criticar o meu ponto de vista relate algumas das suas experiências “cá dentro” e “lá fora”, por que sei que ando aborrecida mas quero ter a certeza que o que disse não é só mau feitio ou impressão minha…

desalento...

Há dias em que nos custa encontrar consolo nos outros.
Somente nos podemos consular a nós mesmos e isso já é bom.
Seguindo um conselho: é bom somar e guardar momentos bons para aliviar os momentos maus.

sementes...

Faz já 4 ou 5 anos que eu em Setembro cumpro um ritual...
Peço à minha irmã, que vive na Holanda, para me mandar bolbos (sementes) de tulipas...
Mas que não sejam umas tulipas muito comuns.

Quero bolbos que dêem flores estranhas aos nossos olhos de gente do sul.
E ela todos os anos manda uma caixa cheia de pacotes de bolbos de tulipas estranhas ao nossos olhos.
Depois eu divido os bolbos.

Faço montinhos de bolbos, sendo cada bolbo de um tipo de tulipa diferente.
No final, e desses montinhos, eu faço presentes e vou oferecendo para plantar

a pessoas que gostem de plantas ou que de momento me estejam próximas...
Depois aguardo pela primavera...

Então começam os comentários:

"Tive uma tulipa roxa...", "Não!"-respondo eu - "Essa é a verdadeira tulipa negra!"
"C, nasceram umas tulipas azuis lindas!"
"Deu uma tulipa com as pétalas ripadinhas."
"Tive um bolbo que deu mais de uma tulipa, é normal?"
"Eu tive uma vermelha e amarela..."
"Houve dois bolbos que não deram flor..."
"C, para o ano podes arranjar uma variadade só de brancas?..."

E este ano eu estou cumprindo o meu ritual de distribuir bolbos, ou seja sementes de tulipa...

Nada disto era importante se não me tivessem contado uma história de que na antiguidade, antes de haver signos, as mulheres nascidas entre 21 de Agosto e 20 de Setembro eram escolhidas pela tribo para guardarem, seleccionarem e dividirem as sementes da próxima colheita...

Para saber mais clicar aqui, aqui e aqui

porque hoje é domingo... oremos nesta catedral...

O filme é a versão original da música "the cathedral song" de Tanita Tikaram.Existe uma versão em língua portuguesa de Christiaan Oyens e Zélia Duncan; cantada por Zélia Duncan em "Sortimento ao vivo" com nome o "catedral"...

O deserto
Que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver
Que o céu é maior
Tentei dizer mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar
É deserto
Onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver
Que o tempo é maior
Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está
No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei
Vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar
Solidão
Quem pode evitar
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e desagua
Dentro de mim
Amanhã devagar
Me diz Como vou voltar...

Se eu disser
Que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser
Deixa pra depois
Não foi sempre assim
Tentei dizer...
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mais perto de algum lugar.

Para saber mais sobre Tanita Tikaram, Zélia Duncan e sobre uma espécie de catedrais da natureza...