a notícia começa assim...

"Quando, a 22 de Junho de 2002, a "lei" tribal a condenou a uma violação colectiva por crime que o seu irmão mais novo tinha alegadamente cometido, Mukhtaran Bibi podia ter seguido o mesmo destino de outras tantas mulheres assim desonradas: o suicídio".

Em vez disso, e se calhar sem perceber muito bem a dimensão do que se iria seguir, Mukhtaran Bibi, mulher paquistanesa e analfabeta, colocou o polegar enegrecido pela tinta no documento que a polícia lhe instruiu a assinar sem que soubesse o que lá esta escrito.

A lei paquistanesa proíbe estes actos mas em muitos países a "lei tribal" continua a ser mais forte e a honra de um homem passa muitas vezes pela desonra da mulher.

Quando o caso chegou às autoridades oficias do Paquistão, o estado queria dar um cheque como forma de indemnização. Muktharan Bibi recusou e em vez disso, esta mulher analfabeta, pediu um escola onde os meninos e as meninas, da sua terra, pudessem ser educadas e o que lhe aconteceu nunca mais voltasse a acontecer, por força da educação e do ensino do respeito de ambos os sexos a ambos os sexos.

Actualmente Muktharam Bibi dirige três escolas e esta a aprender a ler a sua língua. Nas suas escolas, como reza a tradição, existem classes só de meninas e classes só de meninos mas pelo menos uma vez por semana todos se misturam.

Pela sua acção e pela sua visão da sua sociedade Mukhtaram Bibi acaba de ganhar o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa.

Como diz a notícia. "Há duas categorias de seres humanos: os que se limitam a viver e os que vivem ao serviço do bem-estar dos outros. Muktharam Bibi pertence à "segunda categoria", à dos que "honram a humanidade".