Tás a ver? A vida como ela é...
Estás a ver o que eu estou a ver? / Estás a ver? estás a perceber? / estás a ouvir o que eu estou a dizer? / Estás a ouvir? Estás a perceber? / Eu tenho visto tanta coisa nesse meu caminho – nessa nossa trilha, que eu não ando sozinho – tenho visto tanta coisa, tanta cena… / mais impactante do que qualquer filme de cinema / e se milhares de filmes não traduzem, nem reproduzem / a amplitude do que eu tenho visto / não vou mentir pra mim mesmo, acreditando / que uma música é capaz de expressar tudo isso / não vou mentir pra mim mesmo, acreditando / mas eu preciso acreditar na comunicação / mas eu preciso acreditar / não há melhor antídoto pra solidão / e é por isso que eu não fico satisfeito / em sentir o que eu sinto, se o que eu sinto fica só no meu peito / por mais que eu seja egoísta / aprendi a dividir as emoções, e os seus efeitos / sei que o mundo é um novelo, uma só corrente / posso vê-lo por seus belos elos transparentes / mudam cores e valores, mas tá tudo junto / por mais que eu saiba, eu ainda pergunto
Tás a ver? A vida como ela é
Tás a ver? A vida como tem que ser
Tás a ver? A vida como a gente quer
Tás a ver? A vida pra gente viver
“…Já que a vida é feita de pequenos nadas…”
Tás a ver? a linha do horizonte / a levitar, a evitar que o céu se desmonte? / foi seguindo essa linha que notei / que o mar na verdade é uma ponte / atravessei-a e fui a outros litorais / e no começo eu reparei nas diferenças / mas com o tempo eu percebi, e cada vez percebo mais / como as vidas são iguais, muito mais do que se pensa / mudam as caras / mas todas podem ter as mesmas expressões / mudam as línguas, mas todas têm / suas palavras carinhosas e os seus calões / as orações e os deuses também variam / mas o alívio que eles trazem vem do mesmo lugar / mudam os olhos e tudo o que eles olham / mas quando molham, todos olham com o mesmo olhar / seja onde for, uma lágrima de dor / tem apenas um sabor e uma única aparência / a palavra saudade só existe em português / mas nunca faltam nomes se o assunto é ausência / solidão apavora, mas a nova amizade encoraja / e é por isso que a gente viaja / procurando um reencontro, uma descoberta / que compense a nossa mais recente despedida / nosso peito muitas vezes aperta, nossa rota é incerta / mas o que não é incerto na vida?
Tás a ver? A vida como ela é
Tás a ver? A vida como tem que ser
Tás a ver? A vida como a gente quer
Tás a ver? A vida pra gente viver
“…Já que a vida é feita de pequenos nadas…”
A vida é feita de pequenos nadas / que a gente saboreia mas não dá valor / um pensamento, uma palavra, uma risada / uma noite enluarada ou um sol a se pôr / um bom dia, um boa tarde, um por favor – simpatia é quase amor – uma luz acendendo, uma barriga crescendo / uma criança nascendo, obrigado, Senhor / seja lá quem for o Senhor / seja lá quem for a Senhora / a quem quiser me ouvir, e a mim mesmo / preciso dizer tudo o que eu estou dizendo agora / preciso acreditar na comunicação / não há melhor antídoto pra solidão / e é por isso que eu não fico satisfeito / em sentir o que eu sinto, se o que eu sinto fica só no meu peito / por mais que eu seja egoísta / aprendi a dividir minhas derrotas, e minhas conquistas / nada disso me pertence / é tudo temporário no tapete voador do calendário / á que temos forças, pra somar e dividir / enquanto estivermos aqui / se me ouvires cantando, canta comigo / se me vires chorando, sorri.
Tás a ver? A vida como tem que ser
Tás a ver? A vida como a gente quer
Tás a ver? A vida pra gente viver
“…Já que a vida é feita de pequenos nadas…”
letra de Gabriel O Pensador e fotografia de Alvesario
15 comentários
Isto parece 125_azul a falar.
Passei só por alto, já vou ler com mais atenção.
Não... É Gabriel O Pensador. ;P
Olá, voltei.
Claro que é Gabriel O Pensador, mas não a tem ouvido dizer as mesmas coisas?
Porque é que usam termos abrasileirados? Ou será que eu sou a única portuguesa?
Eu a escrever sou meio abrasileirada mesmo. Leio e oiço muita coisa brasileira e também aprendi a ler com os livros do Zé Carioca, a "coisa" ficou e eu gosto.
Para entender melhor tem de ler o meu texto "meu português em: http://www.projecto-c.com/C_poetico_v5_meu_portugues.htm
Já a 125_azul a história é outra...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Também li os livros do Zé Carioca,mas a "coisa" não pegou.
Claro que, no caso de 125_azul é perfeitamente compreensível.
Claro que irei ler o seu texto.
Já entendi o seu português.
Como aprendeu a escrever tão lindo?
Não foi de certeza com Zé Carioca!
Boa noite e diga-me amanhã a que horas aqui vai estar, por favor.
Viva
Faça-me um favor. Ouve música no meu blog??
Andei a fazer umas mudanças, se reparou tem um chepeu à cowboy cor de rosa no topo e deve ouvir música qd abre.
Pode verificar se ouve?
Amanhã vou estar online de manhã e ao final do dia. Trabalho à tarde.
Viva cachopas...
Melguinha: vou tar online a trabalhar
Dreia: ficou sopimpa... Gracias. Acordas cedo!!
Yessss! que chique, que luxo, tem música! ahhhhhhh, quando eu crecer também vou ter um blogg assim! Tá muito mais lindo, mais leve e solto, viva, viva, viva!
Yes, you can fly, and remember: a bird can fly, but a fly can't bird...
Já me informei e não se consegue ouvir música neste computador.
Tenho muita pena; Terá de perguntar a outra melga.
Até logo.
125_azul: vai ter de comer muita sopinha...
Melguinha: tou para vender um desktop com colunas ;) Quero comprar um portátial com 17" de ecrân e saída de tv e video...
Porque é que 125_azul tem de comer muita sopinha? Não me parece que ela queira engordar, embora se possam fazer sopas óptimas.
Tudo o que escreve em cima para mim é chinês, porque ainda sou uma "naba" em tudo o que diga respeito a computadores.
125_azul que música no blog. Mas ainda vai ter que comer muita sopinha... E sopa não engorda.
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