memória curta e memória longa...
Coincidências de memória estranhas somam este meu final de dia...
De manhã vi um homem a ser socorrido pelo INEM e reparei que em vez de uma ambulância ou carro, o técnico do INEM tinha chegado de mota. Pois ela lá estava amarela com faixas azuis perto do sinistrado.
Durante a tarde relembrei-me de uma velha história que queria contar mas que nunca tive tempo nem coragem para escrever... Pois escrevo muito mal e escrever é um exercício não só de técnica e de estilo mas também de paciência e ilusão.
E agora, que nem pensava postar, nas minhas visitas diárias aos meus blogs de eleição eis que tudo se soma e dá um post.
No início dos anos noventa escrevia muito... Depois deixei e só retomei o ano passado mas com muito menos verocidade e ansiedade...Mas nesse tempo tinha ideias para várias histórias - histórias grandes que iriam ocupar muitas páginas e demorar muito tempo a escrever e perante as minhas limitações fui desistindo...
Uma dessas história teria 2 personagens femininas e iria apanhá-las na adolescência... Paula e Rita... Creio que foram esses os nomes que lhes dei...Ambas nadas e criadas no Alentejo dos anos 50 ou 60. Paula seria rebelde, desinibida e destemida, filha de um latinfundiário da terra... Rita seria mais reservada, crédula e introvertida, filha dos caseiros das terras de Paula.
A história iria começar com a Paula a perder a virgindade enquanto Rita a aguardava perdida nos tigrais. Paula iria presuadir Rita a ir com ela estudar enfermagem e nesse processo iria novamente presuadir Rita a tirar um curso de paraquedismo e ambas iriam para a guerra colonial como enfermeiras paraquedistas. E é nesse espaço de conflito onde a nossa razão, emoção e afecto é esticada ao extremo que Paula quebraria e seria Rita o seu amparo, o seu anjo de guarda, a sua razão. A que a salvaria de morrer de dor física e emocional.
Como podem ver o guião até estava meio desenhado... E acho que a minha memória foi fiél ao que pretendia naquele tempo...
O que faz somar tudo isto, hoje, na minha cabeça foi a recordação que existiu mesmo um corpo de enfermeiras paraquedistas que foram para a guerra colonial. Aliás, foram as primeiras mulheres a integrarem o exército português em 1961.
E durante todos este anos tive sempre curiosidade em saber o que teria acontecido a essas mulheres e como elas recordam a sua vontade de serem paraquedista e a sua experiência de guerra. E "buscando" informação para fazer este post eis que consegui achar o relato de uma dessas mulheres e ainda de muitas outras experiências de guerra. Vejam aqui... e aqui
10 comentários
Olá C_mim,
Desculpe ser sempre uma desmancha-prazeres, mas há qualquer coisa no seu romance que é ficção de mais.
Para início de conversa era muito difícil que a filha dum latifundiário, fosse rebelde, desinibida e destemida.
Mas, se fosse, já se tinha pirado de casa e andava a lutar contra o regime, na clandestinidade.
(Sei de quem o tivesse feito).
Que tal o dia de hoje?
Beijinhos.
Oh melguinha... você não leu a história toda... Ou porque acha que ela quis ir estudar enfermagem para Lisboa?... Ah... Pois é...
A mais há muitas formas de luta!!
Passei grande parte do dia a trabalhar para as festinhas...
Beijoquinhas
Ler a história toda eu li mas provavelmente não entendi bem,
Tenho a mania de ler os posts a correr.
Já está a trabalhar para as festinhas?
Mas como, inventando novas brincadeiras?
Não se esqueça de passar pelo meu cantinho, s.f.f..
Beijinhos para si também.
Depois de longos dias e muita canseira, venho aqui encontrar a promessa de um escritora que se sabota? Ora só, fiquei frustrada por não conhecer toda o conto que não foi escrito! Isso é preguiça, confessa?
Você que escreve muito, aqui, no projeto C etc... porque não volta e escreve os contos que sonhou? Eu adoraria lê-los! bjk. angela.
Eu acho que essa conversa de não teres jeito e tal... é balela. Podes não ganhar um Pulitzer ou um Nobel da Literatura, mas acho a tua escrita muito agradável. Atreve-te! :)
Bom dia C_mim.
Desculpe-me mas, com as minhas pressas, esqueci-me de dizer o que era mesmo fundamental.
QUE A MENINA ESCREVE MESMO BEM.
Beijinhos e bom domingo.
C-mim!
iup!!
fantastico!
Saudades de flores e estrelas...
Amo tudo que vc escreve.
abraços!
Pesquisou a valer! As enfermeiras paraquedistas eram rebeldes a sério e mulheres muito especiais!
E a sua história ficou um pouquinho a parecer Sarah Waters... Booooom! Vamos retomar em força este dom? Beijinho
Sabes que nao fazia a minima ideia das paraquedistas? uma gaja ta sempre a aprender....
Mais uma vez só posso agradecer estas pérolas. Também não fazia ideia que tinha havido enfermeiras para-quedistas.
Bem... Daqui a pouco o pessoal começa a achar que sou ignorante, mas mais vale um minuto de ignorância do que uma vida inteira burra.
Obrigada.
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