C_mim

Eu sou mim, mim sou eu, um Deus me fez assim e de mim sei eu!!

segunda-feira, janeiro 30, 2006

uns versos... para o vento e a brisa.

Sou sua noite, sou seu quarto
Se você quiser dormir
Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo
Sou seu fado, sou seu bardo
Se você quiser ouvir
O seu eunuco, o seu soprano
Um seu arauto
Eu sou o sol da sua noite em claro,
Um rádio
Eu sou pelo avesso sua pele,
O seu casaco
Se você vai sair
O seu asfalto
Se você vai sair
Eu chovo
Sobre o seu cabelo pelo seu itinerário
Sou eu o sou paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo
E depois rasgo

Letra e música de Adriana Calcanhotto
cantado no "público", tem mais força...

domingo, janeiro 29, 2006

aconteçe...

Aconteçem coisas lindas em lx2006

Caí neve, coisa nunca vista nos meus anos de vida;
Telefono eu à maninha a dar a boa nova,
e logo o cunhadinho responde:
"... eu tenho os peixes conjelados no laguinho do jardim; tão -8º..."
Falei com a maninha.
Lucas safou-se do banho, graças à chuva, ao frio e à preguiça das dóninhas.
A primas gémeas fazem anos: 2
(lindas princesas desencantadas, danadinhas de safadas)
E alguém cola estes cartazes na baixa de lisboa


se tudo pode acontecer / se pode acontecer / qualquer coisa /
um deserto florescer / uma nuvem cheia não chover

letra de Arnaldo Antunes / Paulo Tatit / Alice Ruiz / João Bandeira, cantado por Adriana Calcanhotto

verbos sujeitos...

olhos pra ter rever
boca pra te provar
noites pra te perder
mapas pra te encontrar

fotos pre te reter
luas pra te esperar
voz pra te convencer
ruas pra te avistar


calma pra te entender
verbos pra te acionar
luz pra te esclarecer
sonhos pra te acordar

taras pra te morder
cartas pra te selar
sexo pra estremecer
contos pra te encantar


silêncio pra te comover
música pra te alcançar
refrão pra te enternecer
e agora só falta você

meus verbos sujeitos ao seu modo de me
acionar
meus verbos em aberto pra você me conjugar
quero, vou, fui, não vi, voltei,
mas sei que um dia, de novo, eu irei...

letra de C. Oyens /
Z. Duncan

eu quero viver num país democrático...


Artigo 13º
da Constituição Portuguesa

(Princípio da igualdade)

1.
Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
2.
Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

sábado, janeiro 28, 2006

saudades...

saudades do verão - saudades do calor - da brisa fresca
da água salgada - das caminhadas à beira-mar - dos calções -
das havanezas - das t-shirts - do bikini - do protector solar -
da areia quente - das sonecas - das leituras - das conchas ...
que saudades dos azul do mar no verão.
que saudade do saber a mar.

sexta-feira, janeiro 27, 2006

range rede... range rede... range rede...

Descobri o poema que se segue numa quente tarde de verão,
onde a preguiça me transportava pelo tempo
e eu ia lendo um livro de poesia...

Poesia de Adriana Calacanhotto que também escreve poemas.
O poema que se segue numa foi transformado em música
mas dentro dele existe uma musicalidades única e espontânea...

Basta fechar os olhos, suspirar e voltar a repetir as letras que aqui deixo
suaves como o balanço de uma rede numa quente tarde de verão.

ter
vo
pra
zer
tua
ter
vo
pra
ser
mos
do
is
ter
vo
e
man
ter
nos
so
am
or
pra
sem
pre
no
pre
sen
te
nos
so
am
or
nu
ma
re
de
nos
sos
suss
urros
nos
so
vai
e
vem
nos
so
v
ai
e
ve
m
...

Adriana Calcanhotto, "algumas letras", edições quasi

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Segredo... e o amor...

A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.

Não ame.

Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?

Não diga nada.

Tudo é possível, só eu impossível.

O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.

Não conte.

Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.

Não peça.

Carlos Drummond de Andrade

O que é o amor...

Vou iniciar um conjunto de posts sobre está temática.
Espero não ir pelos caminhos mais óbvios.

O mundo é grande e cabe

nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

O mundo é grande de
Carlos Drummond de Andrade
in “Amar se Aprende Amando”

foto de Ivaldo Cavalcante

terça-feira, janeiro 24, 2006

instabilidade...

Nos dia em que me sinto instável...
Nos momentos eu que eu me uni
para tramar a mim mesma...
Eu gosto de ouvir a seguinte música
mas com uma ligeira alteração:


Eu perco o chão
Eu não acho as palavras
Eu ando tão triste
Eu ando pela sala
Eu perco a hora
Eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim
Eu perco as chaves de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos
Eu estou ao meio
Onde será que (você está estou)
Agora?


Adriana Calcanhotto - "metade"

foto de Erik Reis

domingo, janeiro 22, 2006

eu quero... eu quero... eu quero...

Vejam só que maravilha de espreguiçadeira!!...



E preguiça pra direita... E preguiça pra esquerda...
E preguiça de barriga pra cima... E preguiça de barriga para baixo...
E preguiça de manhã, tarde e serão...
E preguiça de inverno e de verão.

E eu que andava a ver uns pufitos pró quartito...

E tenho de comprar prenda de casamento...

I'm so in love... puff...

www.fatboy.nl

se todos fossem iguais a você...

O meu amigo J. vai casar !!
Conheci o meu amigo J. quando eu teria uns 6 anos e ele uns 4 anos.

J. , eu e mais alguns pimpolhos, passamos a infância e adolescência juntos brincando nas escadinhas.Brincamos como danados, partilhamos segredos, contamos as histórias dos 1ºs amores.

Agora cada um tem a sua vida... Mas é sempre com muita alegria que eu vejo esses meus amigos e relembro as "festas da pipoca" que fazíamos cá em casa. Era pipoca por todo o lado...

J. se desligou de nós a meio da adolescência, foi para Macau, Santarém, Porto, Aveiro, Itália, Moçambique... Estes foram os trajectos que eu consegui acompanhar de J.

J., agora, quando me apresenta aos seus amigos faz sempre o mesmo comentário:"Esta é a minha amiga de infância C.. Foi ela que me ensinou a jogar à bola e ao berlinde"

Eu já não me recordo se fui eu que te ensinei a jogar a bola e ao berlinde J., sei que jogamos muito...Mas lembro-me de levar grandes "tareias" tuas nos jogos do Spectrum.

E agora o J. vai casar!!... Telefonou a dar a boa nova e ontem veio trazer o convite para o casamento.

J. eu nem conheço a tua noiva!!... Só te conheço a ti... indo e vindo do mundo... indo e vindo pelo mundo...Mas vens sempre de novo... e de novo tocas a campainha... E de novo gostamos de nos ver...
E de novo nos despedimos até uma próxima vez...

Gosto muito de ti J. E espero que sejas muito feliz com a tua companheira...

Se todos fossem iguais a você

Vai tua vida
Teu caminho é de paz e amor

A tua vida
É uma linda canção de amor
Abre teus braços e canta a última esperança
A esperança divina de amar em paz.

Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver
Uma canção pelo ar
Uma mulher a cantar
A sorrir, a cantar, a pedir
A beleza de amar
Como o sol, como a flor, como a luz
Amar sem mentir, nem sofrer

Existiria a verdade
Verdade que ninguém vê

Se todos vossem no mundo iguais a você.

Para ti e para tua companheira meu amigo J.

Letra e música de Vinicius de Moraes e Tom Jobim

sábado, janeiro 21, 2006

sem você

Ouvi esta música há alguns dias e fui à procura dos autores.
Dei de caras com 2 sites de dois artístas muito versáteis
que vale conhecer pois são muito talentosos.


pra onde eu vou agora livre mas sem você?
pra onde ir o que fazer como eu vou viver?
eu gosto de ficar só
mas gosto mais de você
eu gosto da luz do sol
mas chove sempre agora
sem você
sem você
sem você
sem você

às vezes acredito em mim mas às vezes não
às vezes tiro o meu destino da minha mão
talvez eu corte o cabelo
talvez eu fique feliz
talvez eu perca a cabeça
talvez esqueça e cresça
sem você
sem você
sem você
sem você

talvez precise de colchão, talvez baste o chão
talvez no vigésimo andar, talvez no porão
talvez eu mate o que fui
talvez imite o que sou
talvez eu tema o que vem
talvez te ame ainda
sem você
sem você
sem você
sem você

Arnaldo Antunes e Carlinhos Brow
1998 - Red Hot + Lisbon

quinta-feira, janeiro 19, 2006

E pronto... O que será, será...

Há dias assim...

Em que o que se perdeu voltou a encontrar.
Que o passou não volta a passar.
Mas fiquei contente por te falar.
Inté breve...


O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será que será
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho

O que será que será
Que vive nas ideias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Está no dia-a-dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que será
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido

O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o padre eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo

Poema e música de Chico Buarque de Holanda

... e o mundo não se acabou....

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite, lá no morro, não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiout
E o tal do mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite. lá no morro, não se fez batucada

Chamei um gajo com quem não me dava
E perdoei a sua ingratidão
E festejando o acontecimento
Gastei com ele mais de um quinhentão
Agora eu soube, que o gajo anda
Dizendo coisa que não se passou
E, vai ter barulho, e vai ter confusão
Porque o mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar
Por causa disso, minha gente lá de casa, começou a rezar
E até disseram que o sol ia nascer antes da madrugada
Por causa disso nessa noite, lá no morro, não se fez batucada

Acreditei nessa conversa mole
Pensei que o mundo ia se acabar
E fui tratando de me despedir
E sem demora fui tratando de aproveitar
Beijei a boca de quem não devia
Peguei na mão de quem não conhecia
Dancei um samba em traje de maiout
E o tal do mundo não se acabou

Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar

Letra de Assis Velente
Cantado por Adriana Calcanhotto em "público"

terça-feira, janeiro 17, 2006

Queixa

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não o devia ter despertado
Ajoelha e não reza

Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga aonde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água

Ondas, desejo de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga aonde eu vou
Senhora, serpente, princesa

Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria

Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu grito esta queixa

Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora me diga aonde eu vou
Amiga, me diga

Percebi seu recado "bruxinha má com asas de anjo".
Por isso continuo me queixando...

Site do seu Caetano Veloso

domingo, janeiro 15, 2006

bossacucanova

Novo ano, nova viva, nova batida,
uma batida diferente.

Uma cuca nova...

Essa moça tá diferente
Já não me conhece mais
Está pra lá de pra frente
Está me passando pra trás
Essa moça tá decidida
A se supermodernizar

Ela só samba escondida
Que é pra ninguém reparar
Eu cultivo rosas e rimas
Achando que é muito bom
Ela me olha de cima

E vai desiventar o som
Faço-lhe um concerto de flauta

E não lhe desperto emoção
Ela quer ver o astronauta
Descer na televisão
Mas o tempo vai

Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Que ela só me guarda despeito
Que ela só me guarda desdém
Mas o tempo vai
Mas o tempo vem
Ela me desfaz
Mas o que é que tem
Se do lado esquerdo do peito
No fundo, ela ainda me quer bem

Essa moça tá diferente etc..

Essa moça é a tal da janela
Que eu me cansei de cantar
E agora está só na dela
Botando só pra quebrar

Mas o tempo vai etc..

(letra de Chico Buarque de Holanda
tocado pelos BossaCucaNova)

sábado, janeiro 14, 2006

Tédio de cão...

Dóninha foi tabálhá...
E eu qui em caxa sem nades pa fazê...
Aaaaaiiiiiiiiiiiiiiiii....
Tédiussssssssssss.....

Bem vou fazer kaaóki pa os mês fanx...
Eta é pa voxês: moom, boris, luna, toby, maggy, mé, pipoca, sammy, pitucha, oscar, daisy, pintas, goya, matrona, minie, preta, gil, fanny e toda a caxoada que fica doida qando mi vê paxá...

I'm too sexy for my love too sexy for my love
Love's going to leave me

I'm too sexy for my shirt too sexy for my shirt
So sexy it hurts
And I'm too sexy for Milan too sexy for Milan
New York and Japan


And I'm too sexy for your party
Too sexy for your party
No way I'm disco dancing
I'm a model you know what I mean
And I do my little turn on the catwalk
Yeah on the catwalk on the catwalk yeah
I do my little turn on the catwalk

I'm too sexy for my car too sexy for my car
Too sexy by far
And I'm too sexy for my hat
Too sexy for my hat what do you think about that

I'm a model you know what I mean
And I do my little turn on the catwalk
Yeah on the catwalk on the catwalk yeah
I shake my little touche on the catwalk

I'm too sexy for my too sexy for my too sexy for my

'Cause I'm a model you know what I mean
And I do my little turn on the catwalk
Yeah on the catwalk on the catwalk yeah
I shake my little tush on the catwalk

I'm too sexy for my cat too sexy for my cat
Poor pussy poor pussy cat
I'm too sexy for my love too sexy for my love
Love's going to leave me

And I'm too sexy for this song


sexta-feira, janeiro 13, 2006

um stiker e umas letrinhas


caligrafia hirsuta . degustação absurda . fácil interpretação . doce fragmentação . senil alucinação . pueril transformação. catástrofe absoluta . são l...e...t...r...a...s... . s...ã...o...v...i...d...a... . s...ã...o... . . l...e...t...r...a...s...

(sofia d'oliveira)

quarta-feira, janeiro 11, 2006

O ron - ron do gatinho


Poema para uns gatinhos meus conhecidos...

O gato é uma maquininha
que a natureza inventou;
tem pelo, bigode, unhas

e dentro tem um motor.

Mas um motor diferente
desses que tem nos bonecos
porque o motor do gato
não é um motor eléctrico.

É um motor afectivo
que bate em seu coração
por isso ele faz ron-ron
para mostrar gratidão.

No passado se dizia

que esse ron-ron tão doce
era causa de alergia
pra quem sofria de tosse.

Tudo bobagem, despeito,
calunias contra o bichinho:

esse ron-ron em seu peito
não é doença - é carinho.

Poema de Ferreira Gullar,
musicado por Adriana Partimpim,
ilustração de Joana Quental,

Edições Quasi

terça-feira, janeiro 10, 2006

Cantando coisas de amor...

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Pra ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor


Chico Buarque de Holanda
"A banda"

>> Visitar o site do
Chico Buarque de Holanda

sábado, janeiro 07, 2006

Olha-me!

Olha-me! O teu olhar sereno e brando
Entra-me o peito, como um largo rio
De ondas de ouro e de luz, límpido, entrando
O ermo de um bosque tenebroso e frio.

Fala-me! Em grupos doudejantes, quando
Falas, por noites cálidas de estio,
As estrelas acendem-se, radiando,
Altas, semeadas pelo céu sombrio.

Olha-me assim! Fala-me assim! De pranto
Agora, agora de ternura cheia,
Abre em chispas de fogo essa pupila...

E enquanto eu ardo em sua luz, enquanto
Em seu fulgor me abraso, uma sereia
Soluce e cante nessa voz tranquila!

OLAVO BILAC
poeta e padagógo brasileiro,
nasceu e faleceu no Rio de Janeiro


quinta-feira, janeiro 05, 2006

Projecto C - edição nº 7

A edição nº 7 do Projecto C está oline - www.projecto-c.com - e com algumas novidades.

Viciei-me em blogs e criei um directório para os mesmos.

Para tal árdua tarefa pedi ajuda a um grande companheiro meu, o Lucas, que ficou responsável por descobrir se os blogs são importantes ou não para a vida das pessoas que os fazem e dos que os lêem ;) ...

Esta nova página chama-se C_mim - sou eu, ou melhor, somos nós todos.

O blog do Projecto C -
http://www.lx2005.blogspot.com - é actualizado com maior regularidade do que o site e cerca de 80% do seu conteúdo é dedicado a poetas dos países de língua oficial portuguesa.

O Projecto voCê é assim uma rosa dos ventos dos que dão boas novas e dos que trazem boas novas.

Carpe Diem, que é como quem diz, quem me dá bola não é bom a tocar viola.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Visões de São Tomé e Príncipe

visão

Vi-te passar, longe de mim, distante,

Como uma estátua de ébano ambulante;
Ias de luto, doce, tutinegra,
E o teu aspecto pesaroso e triste
Prendeu minha alma, sedutora negra;
Depois, cativa de invisível laço,
(o teu encanto, a que ninguém resiste)
Foi-te seguindo o pequenino passo
Até que o vulto gracioso e lindo
Desapareceu, longe de mim, distante,
Como uma estátua de ébano ambulante.

poema de Caetano da Costa Alegre

terça-feira, janeiro 03, 2006

deixa ir...

ir
Sofia d'Oliveira

Sim, eu sei!!
Ainda não encontrei...
Por isso teimo
Em despedir.
Em partir.
Porque não sinto
E sempre consinto.
E sinto,
E sofro por isso...

Não!Nem tão pouco pressinto.
Como gostaria eu de vislumbrar
Nem que fosse uma pequena estrela
Numa imensa noite de luar.

Sinto tanta falta!...
Falta...

Por tudo o que consinto
Por tudo o que não sinto
Por tudo o que não pressinto
Tenho de ir...
De deixar...
Tenho de ir.

Um desatino mais
Um destino mais.

Um destino mais
Um desatino mais.

Poesia projectada no futuro



AUGUSTO DE CAMPOS

ver site > ver site > ver site

Nascido em São Paulo, em 1931, poeta, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e música.

A partir de 1980, intensificou os experimentos com as novas mídias, apresentando seus poemas em luminosos, videotextos, neon, hologramas e laser, animações computadorizadas e eventos multimídia, abrangendo som e música, como a leitura plurivocal de CIDADECITYCITÉ (com Cid Campos),1987/ 1991. Seus poemas holográficos (em cooperação com Moyses Baumstein) foram incluídos nas exposições TRILUZ (1986) e IDEHOLOGIA (1987). Um videoclip do poema PULSAR, com música de Caetano Veloso, foi produzido por ele em 1984, numa estação Intergraph, com a colaboração do grupo Olhar Eletrônico. POEMA BOMBA e SOS, com música de seu filho, Cid Campos, foram animados numa estação computadorizada Silicon Graphics da Universidade de São Paulo, 1992-3. Sua cooperação com Cid, iniciada em 1987, ficou registrada em POESIA É RISCO (CD editado em 1995 pela PolyGram) e se desenvolveu no espetáculo de mesmo nome, uma performance "verbivocovisual" de poesia/música/imagem com edição de vídeo de Walter Silveira, apresentada em diversas cidades do Brasil e no exterior. Suas animações digitais - os CLIP­POEMAS - foram exibidas em 1997 numa instalação que fez parte da exposição Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas, em São Paulo. Alguns dos seus poemas visuais e sonoros podem ser vistos/ouvidos também em
www.ubu.com

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Simbiose


Sou seu poeta só
Só em você descubro a poesia
Que era minha já
Mas eu não via.

Só eu sou seu poeta
Só eu revelo a poesia sua
e à noite indiscreta
você de lua.

Antonio Cicero
(
site)

As atividades públicas de Antonio Cicero se repartem entre o domínio da poesia e o da filosofia. Embora escreva poesia desde a adolescência, essa produção não começou a aparecer em periódicos ou livros, mas sim na forma de letras de canções quando poemas seus foram musicados por sua irmã, Marina Lima, que, ao fazê-lo, dava início à sua própria carreira de compositora e cantora. A partir desse momento, sem abdicar de escrever poemas destinados a serem lidos -- muitos dos quais acabaram sendo publicados em periódicos -- ele passou também a escrever poemas feitos para constituírem as letras das melodias que logo passou a receber, inicialmente de Marina mas logo também de novos parceiros (entre os quais figuram Lulu Santos, Adriana Calcanhoto, Orlando Moraes e João Bosco, por exemplo).

domingo, janeiro 01, 2006

LOGO CURA...


Em caso de DOR, ponha gelo
MUDE o corte do cabelo
Mude como Modelo
Vá ao cinema, DÊ UM SORRISO
Ainda que amarelo
ESQUEÇA O COTOVELO
Se AMARGO for já ter sido

Troque já este VESTIDO
Troque o PADRÃO do tecido
SAIA DO SÉRIO, DEIXE OS CRITÉRIOS
Siga todos os sentidos

FAÇA FAZER SENTIDO

A cada milágrimas sai um milagre

E caso de TRISTEZA, VIRE A MESA
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
JOGUE POR CIMA, faça cena
CANTE AS RIMAS DE UM POEMA
Sofra apenas, VIVA APENAS
SENDO SÓ fissura, ou LOUCURA
QUEM SABE casando CURA
NINGUÉM SABE O QUE PROCURA

Faça uma novena, REZE um terço
Caia fora do contexto, INVENTE O SEU ENDEREÇO

A cada milágrimas sai um milagre

Mas SE apesar de banal
CHORAR for inevitável
SINTA O GOSTO do sal

Sinta o gosto DO SAL
Gota a gota, uma

A
Uma
Duas,
Três,
Dez,
Cem mil lágrimas, SINTA O MILAGRE

A cada milágrimas sai um milagre


Devemos somente ter saudades do futuro.
Este é o minha música de esperança para 2006.
É cantada por Zélia Duncan e não sinto que seja uma música triste mas sim de esperança.
Letra de Itamar Assumpção / Alice
Ruiz - MILÁGRIMAS

Site oficial de Zélia Duncan